quarta-feira, 8 de junho de 2011

DIGA NÃO AS DROGAS

O viciado é um pobre coitado
Que vive só de ilusão
Na esperança de mais um pacau
Pensando que é a solução.
O tempo vai-se passando
E tudo na vida mudando
Perdendo parentes e amigos
Todos vão se afastando
E de repente ele acorda
E vê que tudo era imaginação
Que a melhor coisa da vida
É ter Jesus no coração.
Por isso meu irmão,
não esqueça desta lição,
Quando alguém lhe oferecer
Diga logo não
Pois este tipo de gente
Não pode ter alma e coração
Porque a única coisa que eles pensam
É ter uma linda mansão
E quanto ao ser humano
A sua destruição.

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Resumo de um Cordel

               A história da literatura de cordel começa com o romanceiro luso-espanhol da Idade Média e do Renascimento. O nome cordel está ligado à forma de comercialização desses folhetos em Portugal, onde são pendurados em cordões, lá chamados de cordéis. Inicialmente, eles também contém peças de teatro, como as de autoria de Gil Vicente (1465-1536).Foram os portugueses que trouxeram o cordel para o Brasil, na segunda metade do século XIX. Hoje muitos folhetos ficam expostos horizontalmente em balcões ou tabuleiros. Embora seja pouco freqüente, também há criações de cordel em prosa. Esse tipo de literatura popular existe também na Sicilia (Itália), na Espanha, no México e em Portugal. Na Espanha é chamada de pliego de cordel ou pliegos sueltos (folhas soltas).E esse ano de 2007 comemora-se os 100 anos da existencia da literatura de Cordel

Os temas incluem fatos do cotidiano, episódios históricos, lendas e temas religiosos. As façanhas do cangaceiro Lampião (Virgulino Ferreira da Silva, 1900-1938) e o suicídio do presidente Getúlio Vargas (1883-1954) são alguns dos assuntos de cordéis de maior tiragem. É comum os autores criarem seus versos improvisadamente diante de um acontecimento ou uma pessoa que queiram homenagear. As formas variaram pouco ao longo do tempo.

No Brasil, a literatura de cordel é produção típica do Nordeste, sobretudo nos estados de Pernambuco, da Paraíba e do Ceará. Costuma ser vendida em mercados e feiras pelos próprios autores. Em outros Estados, como Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo, é encontrada em feiras de produtos nordestinos. Nos grandes centros, já há impressões mais sofisticadas. Mas de modo geral a produção está em declínio.

Os poetas Leandro Gomes de Barros (1865-1918) e João Martins de Athayde (1880-1959) estão entre os principais autores.

Pelo fato de ser literatura distribuída nas ruas, feiras e botequins, pelo tipo de literatura a que se dedica (essencialmente poesia popular, mas também romances sentimentais) e pelo tipo de linguagem em que circula (bastante simples, com os traços da fala coloquial, e próxima do modo de falar do povo do sertão), a literatura de cordel foi, durante muito tempo, pouco apreciada. Todavia, este tipo de literatura apresenta vários aspectos interessantes e dignos de destaque:

As suas gravuras, chamadas xilogravuras, representam um importante espólio do imaginário popular;
Pelo fato de funcionarem como divulgadoras da arte do cotidiano, das tradições populares e dos autores locais (lembre-se a vitalidade deste género ainda no nordeste do Brasil), a literatura de cordel é de inestimável importância na manutenção das identidades locais e das tradições literárias regionais, contribuindo para a manutenção do folclore nacional;
Pelo fato de poderem ser lidas em sessões públicas e de atingirem um número elevado de exemplares distribuídos, ajudam na disseminação de hábitos de leitura e lutam contra o analfabetismo;
A tipologia de assuntos que cobrem, crítica social e política e textos de opinião, elevam a literatura de cordel ao estandarte de obras de teor didáctico e educativo.

Alguns Cordelistas Cearenses e seus trabalhos

e São Francisco de Canin Arievaldo Viana Lima
Poeta popular, radialista e publicitário, nasceu em Fazenda Ouro Preto, Quixeramobim-CE, aos 18 de setembro de 1967. Desde criança exercita sua verve poética, mas só começou a publicar seus folhetos em 1989, quando lançou, juntamente com o poeta Pedro Paulo Paulino, uma caixa com 10 títulos chamada Coleção Cancão de Fogo. É o criador do Projeto ACORDA CORDEL na Sala de Aula, que utiliza a poesia popular na alfabetização de jovens e adultos. Em 2000, foi eleito membro da ABLC, na qual ocupa a cadeira de nº 40, patronímica de João Melchíades Ferreira. Tem cerca de 50 folhetos e dois livros públicados: O Baú da Gaiatice e São Francisco de Canindé na Literatura de Cordel.

dé na Literatura de Cordel


                         
                                                      
                                                    

Cego Aderaldo: Desafio (mourão) - Cantoria nordestina


A partir de gravação feita na Rádio MEC, Rio de Janeiro, 1949.

Conforme registro em "A música na cantoria nordestina". Literatura popular em verso: estudos. Rio de Janeiro, Ministério da Educação e Cultura / Fundação Casa de Rui Barbosa, 1973 (Coleção de textos da língua portuguesa moderna, 4), p.256-260

Canto alternado entre o Cego Aderaldo e Domingos Fonseca.

Domingos Fonseca:
Seu Aderaldo Ferreira
Vamos cantar um mourão

Cego Aderaldo:
Não há dúvida, meu amigo
Que é a minha obrigação

Domingos Fonseca:
Agora verso trocado
Pra ficar também riscado
Igualmente a um quadrão

Cego Aderaldo:
Tá direito, tem toda razão
É um trabalho bonito

Domingos Fonseca:
Eu estou fazendo isto
Com o coração contrito

Cego Aderaldo:
Olha vai de conjuntura
Para feichar, criatura
Quase que me precipito

Domingos Fonseca:
Meu verso parece escrito
Já me vem desencanado

Cego Aderaldo:
Parece o cego velho
Onde ele canta, é contado

Domingos Fonseca:
Eu pra cantar não me vejo
O carro engata e quebra o eixo
Meu mourão tá bem fincado

Cego Aderaldo:
Reto, bonito e pesado
Foi meu trabalho direitinho

Domingos Fonseca:
Por Deus, que até agora
Tem cantado com carinho

Cego Aderaldo:
Aderaldo quando canta
Dá um trino na garganta
Que parece um passarinho

Domingos Fonseca:
Quando avoa do ninho
Para não voltar jamais

Cego Aderaldo:
Me parece que ele chora
E suspira, dá um ai...

Domingos Fonseca:
Parece também que repousa
Porém ainda faz força
Que cantor novo não faz...

Cego Aderaldo:
Eu me lembro de rapaz
Quando eu era criatura

Domingos Fonseca:
De fato devia ter
Enorme mosculatura

Cego Aderaldo:
Hoje quero, mas não posso
Dói-me a carne, arde os osso
Falta até a dentadura

Domingos Fonseca:
Chegou uma criatura
Nos olhando da janela

Cego Aderaldo:
Pra ver nossa cantiga
Que nós canta pra donzela

Domingos Fonseca:
Quem será este cidadão
Que terminado este mourão
Nós vamos cantar parcela

Cego Aderaldo:
É uma cousa muito bela
Que inté tão bem tangida

Domingos Fonseca:
É o que pode chamar-se
A maravilha da vida

Cego Aderaldo:
É uma cousa muito bela
Que se cantar em parcela
A cousa tão bem conhecida

Domingos Fonseca:
Só uma velha luzida
Cantará parcela bem

Cego Aderaldo:
É a regra mais ou meno
Canta você, canta alguém

Domingos Fonseca:
Na minha lira amarela
Mas para cantar parcela
É nós dois e mais ninguém

Cego Aderaldo:
Eu já cantei muito bem
Mas hoje vivo tão cansado

Domingos Fonseca:
Assim mesmo, aonde canta
Ainda dá bom resultado

Cego Aderaldo:
Quando vou cantá parcela
Eu não me lembro mais dela
E fico acolá colocado .

Exemplos de Cordel

Peço licença ao leitor
Para de algo chato eu falar,
Mais do que chato é cruel
O que eu tenho para tratar,
Sobre o atrevimento do homem
Querendo um rio transportar.

Desde que mundo é mundo
O rio sabe onde correr,
É traçado o seu percurso
E o que temos a fazer,
É cuidar da vida dos rios
Preservar é um dever.

Num tempo que já se foi
Chamado de desbravação,
O Rio São Francisco foi o celeiro
O pai da alimentação,
Peixe de toda espécie
Ali tinha de montão.

leia todo o cordel no site abaixo.

EDUCAÇÃO AMBIENTAL - EI(S)A RIMA
Quando Deus criou o mundo
Fez de tudo, e fez demais.
Fez o solo bem fecundo,
E as águas minerais
Fez o ar e fez o fogo,
Do Sol com luz e energia.
Mas deu as regras do jogo,
Para tudo equilibrar,
Fez a noite e fez o dia,
Ninguém podia alterar,
A biosfera sadia,
Pra nada nunca faltar!
Com esses quatro elementos
Se compôs a Natureza
Estava pronto o cenário
De esplendor e beleza
Era chegado o momento
Pra criar nesse berçário
Milhões de formas de vida.
As pequenas fez bastante
Para estarem sempre unidas.
Mas as fortes, as gigantes.
As rivais e conflitantes
Em proporção reduzida.
Os protistas, as moneras
Liquens, fungos, bactérias
Musgos, algas, e vírus,
De diminutas matérias,
Os seres eucariontes
De tamanhos mais diversos,
Nas planícies e nos montes
Nos oceanos imersos,
Polvo gigante, baleia
Ervas boas e daninhas
Insetos, no ar, na areia
Carcarás e ararinhas.                     


                    

Como é escrito um cordel?

Para fazer um cordel,precisa ter rimas e combinações,precisa de versos,um tema.
Alguns cordeis são escritos em livros,de vários assuntos:



 
 
 
 

Origem do nome ''Cordel''

Literatura de cordel é um tipo de poema popu

Os folhetos à venda, pendurados em cordéis
lar, originalmente oral, e depois impressa em folhetos rústicos ou outra qualidade de papel, expostos para venda pendurados em cordas ou cordéis, o que deu origem ao nome originado em Portugal, que tinha a tradição de pendurar folhetos em barbantes. No Nordeste brasil, o nome foi herdado (embora o povo chame esta manifestação de folheto), mas a tradição do barbante não perpetuou. Ou seja, o folheto brasileiro poderia ou não estar exposto em barbantes. São escritos em forma rimada e alguns poemas são ilustrados com xilogravuras, o mesmo estilo de gravura usado nas capas. As estrofes mais comuns são as de dez, oito ou seis versos. Os autores, ou cordelistas, recitam esses versos de forma melodiosa e cadenciada, acompanhados de viola, como também fazem leituras ou declamações muito empolgadas e animadas para conquistar os possíveis compradores.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Chegada ao Brasil 
A literatura de cordel chegou ao Brasil no século XVIII, através dos portugueses. Aos poucos, foi se tornando cada vez mais popular. Nos dias de hoje, podemos encontrar este tipo de literatura, principalmente na região Nordeste do Brasil. Ainda são vendidos em lonas ou malas estendidas em feiras populares.


De custo baixo, geralmente estes pequenos livros são vendidos pelos próprios autores. Fazem grande sucesso em estados como Pernambuco, Ceará, Alagoas, Paraíba e Bahia. Este sucesso ocorre em função do preço baixo, do tom humorístico de muitos deles e também por retratarem fatos da vida cotidiana da cidade ou da região. Os principais assuntos retratados nos livretos são: festas, política, secas, disputas, brigas, milagres, vida dos cangaceiros, atos de heroísmo, milagres, morte de personalidades etc.


Em algumas situações, estes poemas são acompanhados de violas e recitados em praças com a presença do público. 
Um dos poetas da literatura de cordel que fez mais sucesso até hoje foi Leandro Gomes de Barros (1865-1918). Acredita-se que ele tenha escrito mais de mil folhetos. Mais recentes, podemos citar os poetas José Alves Sobrinho, Homero do Rego Barros, Patativa do Assaré (Antônio Gonçalves da Silva), Téo Azevedo. Zé Melancia, Zé Vicente, José Pacheco da Rosa, Gonçalo Ferreira da Silva, Chico Traíra, João de Cristo Rei e Ignácio da Catingueira.


Vários escritores nordestinos foram influenciados pela literatura de cordel. Dentre eles podemos citar: João Cabral de Melo, Ariano Suassuna, José Lins do Rego e Guimarães Rosa.